Francisco da Silva Reis - conhecido como Chico Cascateiro, e os jardins do Parque das Águas de Caxambu no texto escrito em parceria com a profa. Teresa Portela Marques, da Universidade do Porto. "Técnica, Arte e Cultural nos jardins de meados de oitocentos até ao limiar do Século XX, em Portugal e no Brasil". Texto completo aqui,
Este estudo tem como foco algumas das realizações na arte dos jardins executadas desde meados do século XIX até
ao limiar do modernismo em Portugal e no Brasil. Trata-se de um período de
grande produção ao nível da arte paisagista, nomeadamente devido ao crescimento
urbano e às necessidades de embelezamento das cidades e de recreio ao ar livre,
assim como ao incremento na criação de jardins privados devido,
particularmente, pela encomenda da crescente burguesia endinheirada,
nomeadamente brasileiros de torna-viagem.
Em Portugal, jardineiros-paisagistas e horticultores sediados no Porto e precursores
dos projetistas formados a partir da década de 1940 pelo curso de Arquitetura Paisagista
do Instituto Superior de Agronomia, lideram o projeto de jardins e aderem às
correntes estéticas de promoção do jardim de base paisagista e pitoresco,
demonstrando um conhecimento sólido na aplicação desses princípios, na
manipulação da vegetação exótica, nomeadamente tropical, que chega aos hortos
europeus e na criação de artefactos decorativos e funcionais em betão armado.
No Brasil, um conjunto de fatores, entre eles o fundamental deslocamento da
Corte para o Rio de Janeiro, criou condições favoráveis para o estabelecimento
de jardins públicos e privados, hortos e estabelecimentos hortícolas no Rio de
Janeiro e demais Estados da antiga Colônia ao longo do século XIX.
Focam-se os jardins construídos no período referenciado com utilização de
mobiliário modelado em betão ou concreto armado, tais como grutas, miradouros,
coretos, bancos, caramanchões, pontes, no norte de Portugal e na região sudeste
do Brasil. No sul do Estado de Minas Gerais serão referenciados os jardins
construídos pelo português emigrado Francisco da Silva Reis, entre 1913 e a
década de 1920, por se tratar de exemplar relevante do apuramento da técnica de
reprodução dos simulacros da natureza, com destaque para o jardim edificado no
entorno da Estância Termal do Parque das Águas de Caxambu.
PALAVRAS-CHAVE: Arte dos Jardins; Artefactos em betão/concreto; Séculos XIX e XX
This study
focuses on some of the achievements in landscape design, since the
mid-nineteenth century to the threshold of modernism, in Portugal and Brazil.
It is a period of great production concerning public parks, especially due to
urban growth and the needs of city embellishment and outdoor recreation. It is
also significant the creation of private gardens, particularly commissioned by
wealthy bourgeoisie, including Portuguese emigrants to Brazil who returned
later to their home country.
In
Portugal, landscape gardeners and horticulturists based in Porto, forerunners
of the landscape architects educated from the 1940s at the Higher Institute of
Agronomy, lead the design of parks and gardens in the 19th century and in first
decades of the 20th century. They observe the aesthetic trends of picturesque
and gardenesque landscapes, demonstrating a sound knowledge in the application
of those principles. They also reveal understanding in the handling of exotic
vegetation which were collected by European nurseries, and in the execution of
functional and decorative artifacts in concrete. In Brazil, a number of
factors, including the displacement of the Court from Lisbon to Rio de Janeiro,
created favorable conditions for the establishment of public and private
gardens, nurseries and horticultural firms in Rio de Janeiro and other states
of the former colony, over nineteenth century.
In this
study, it is paid particular attention to gardens built within the period
referenced, that contain artifacts built in concrete or reinforced concrete,
such as grottos, belvederes, gazebos, benches, arbors, bridges, etc., both in
northern Portugal and in southeastern Brazil. In the south of Minas Gerais,
gardens built by Portuguese emigrant Francisco da Silva Reis, between 1913 and
1920, will be addressed, in particular the spa park of Caxambu. His work is
exemplary in what concerns the refinement of the techniques of reproducing the
simulacra of nature.
KEYWORDS: Garden Art; Follies
in concrete; 19th and 20th centuries
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