11 de fevereiro de 2014

Jardins e romances

Alguns romances, contos e crônicas do século XIX, do romantismo brasileiro, tiveram ambientações nos jardins do período.

“Tanto insistiu que a mãe cedeu a seu capricho, e deu ordem ao cocheiro que chegasse até o portão do Passeio Público. As senhoras desapareceram na curva de uma das alamedas do parque, em direção ao lago. Amélia queria ver o andar da garça, que Horácio tinha comparado ao seu. (...) O Leão mandou parar o tílburi e entrou no Passeio Público; depois de percorrer inutilmente várias alamedas, afinal descobriu entre as árvores, além do lago, as ondulações dos vestidos de algumas senhoras acompanhadas por um lacaio, e tomou apressadamente aquela direção. O terreno estava úmido da chuva da manhã; e por isso o pé dos passeadores deixava o rasto impresso na branca e fina areia das alamedas. Notando esta circunstância, Horácio procurou o vestígio de alguma botina irmã da que achara, e guardava como uma relíquia; ficou ébrio de contentamento reconhecendo entre muitas pegadas o leve debuxo que deixara no chão o mimoso pezinho.” José de Alencar. Trecho do romance "A Pata da Gazela". 1870. 

Imagem: MARTINET, Alfred (1821-1875). Litografia Passeio Publico RJ. 1847.

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